O que precisa parar para sua história avançar de verdade?
Metade de 2025 já ficou para trás — e, para mim, Marina, esse marco no calendário é mais do que simbólico: é um convite para observar o que sustenta — ou sabota — nossos resultados.
Tem uma ideia que sempre me acompanha:
“Todo sistema é perfeitamente desenhado para obter os resultados que conquista.”
Isso significa que, quando algo trava — um projeto que não sai do lugar, uma equipe que opera no piloto automático, uma entrega que não gera valor — não é só falta de esforço ou motivação individual.
Na maior parte das vezes, é um padrão estrutural que se repete porque ninguém tem tempo (ou coragem) de parar para olhar o processo.
Quando empurrar não resolve
Empreender me ensinou rápido que força de vontade não substitui sistema bem estruturado.
No início da Bloom, minha crença era:
“Se eu me dedicar mais, organizo tudo”.
Mas cheguei a um ponto em que percebi que não era sobre esforço extra — era sobre entender onde os processos e a comunicação falhavam.
Quando paramos pra ver o sistema de um negócio, surgem perguntas que nem sempre são confortáveis:
Por que essa etapa existe?
Quem se beneficia quando isso continua do mesmo jeito?
O que aconteceria se isso fosse repensado agora?
E, principalmente: o que tento resolver com mais esforço, mas, na prática, só mudaria se eu redesenhasse o sistema?
Reset na prática
Lembro de um cliente nosso que me ensinou muito sobre isso:
Era uma empresa com um time tecnicamente excelente — mas que vivia num ambiente pesado, cheio de ruídos e receios.
As pessoas tinham medo de se expor, sentiam que dizer a verdade era arriscado, e as reuniões não saíam do lugar.
No papel, tudo parecia funcionar — mas os resultados contavam outra história.
O problema não era a falta de talento. Era um modelo de funcionamento que paralisava as pessoas.
Em vez de forçar motivação artificial, ajudamos a abrir espaços seguros de diálogo: workshops onde cada um pôde contar sua versão da história, suas dores e inseguranças.
Ali, os CPFs apareceram onde antes só existiam CNPJs.
Gente foi realocada, líderes mudaram de lugar, fluxos engessados foram redesenhados — e o clima começou a mudar de dentro para fora.
Reset não foi mágica. Foi criar pequenos ajustes estruturais que desbloquearam o todo.
Reset não é ruptura, é ritual
A grande lição? Sistemas não se consertam com discurso bonito.
É preciso criar rituais para ver o que está desalinhado, aceitar o que já não cabe mais e dar espaço para algo mais coerente nascer.
Não é sobre descartar tudo de uma vez, mas sim fazer pausas conscientes para perguntar:
“O que aqui é só ruído?”
“O que aqui é estrutural?”
“Onde está o ponto de alavanca?”
Se metade do ano passou no modo automático, que tal fazer do segundo semestre um reset intencional, com menos força bruta e mais clareza?
Leitura do Mês
Na dica de leitura desse mês, está um livro que não traz só teoria, o autor Dan Heath mostra como organizações de setores bem diferentes pararam de insistir em processos ineficientes, encontraram pontos de alavanca e moveram montanhas.
Ele fala sobre parar de gastar energia empurrando pedras — e usar essa energia para criar pequenas mudanças que destravam o todo.
Tendência em Foco
Work Re-Architecture: o redesenho silencioso das rotinas
O “Quiet Quitting” foi só o começo. O que vemos agora é o avanço do movimento de Work Re-Architecture, organizações que estão desmontando fluxos engessados para conter desgaste sistêmico.
Segundo o Future of Work Report da Deloitte (2024), 68% dos líderes globais afirmam estar redesenhando processos e papéis, não só para cortar custos, mas para garantir que o trabalho faça sentido e retenha talentos.
O que isso significa na prática?
Criação de pausas estruturais: “no meeting days”, semanas de imersão e revisões trimestrais.
Redistribuição de tarefas para reduzir atritos.
Surgimento de Change Agents: pessoas dedicadas a mapear gargalos de fluxo.
Reset não é só uma virada pontual — é uma prática contínua para manter a engrenagem saudável.
Referências: Deloitte e Harvard Bussiness Review
Vamos conversar?
Metade do ano pode ser só um marco no calendário — ou o ponto de virada para olhar o que emperra e perguntar:
“O que aqui é só cansaço? O que aqui é sistêmico?”
A Bloom acredita em mudanças feitas com cuidado, escuta e intenção. Se quiser conversar sobre o que pode ser repensado por aí, me escreva. Podemos redesenhar seu negócio juntos.
Um abraço,
Marina